terça-feira, 26 de junho de 2012

Blogagem Coletiva - Mães Internacionais - Parabéns pra você - Comemoração de Aniversário em Israel

Se eu já sou israelense em muitas coisas, no quesito festinha de aniversário dos meus filhos, eu continuo muitíssimo brasileira!


Não, minto. Eu acredito que os brasileiros, pra variar, perderam a mão nas festinhas. Eu vejo as fotos das festinhas dos filhotes das amigas e fico besta com as mega produções. Buffets enormes e equipados com playground, soft-area pra bebê, videogame, karaokê, mini fazendinha, quadras de futebol, monitores, roda gigantes e mini montanha russa (!!). Mega produção também na decoração, nas comidas (cadê as coxinhas com palitinho embrulhado no papel alumínio e as empadinhas de palmito?), nas lembrancinhas. Fotógrafos contratados, até making off da criança tomando banho e se arrumando a gente vê por lá. 


Há muitas festas lindas, isso é verdade, e festa em buffet realmente é super prática, o aniversáriante e a família são como convidados, a diferença é que ao sair eles pagam a conta e levam os presentes pra casa. 


Eu acho tudo muito lindo, muito elaborado e muito impessoal. Uma das coisas que eu mais gosto na vida é planejar, organizar e executar festas. Já fiz festinha pras escolas onde trabalhei, pros amigos e quando engravidei, me empolguei pensando nas festinhas que farei pros meus filhos. 


Acontece que, se no Brasil as festas são mega produções, eu escolhi morar no país onde as comemorações de aniversário são muito, muito menores do que as que eu estava acostumada e gosto. 


Sabem como é festa de criança israelense? Um bolo tipo nega maluca (na melhor das hipóteses), coberto com confeitos coloridos (ou granulado ou confete mesmo), um salgadinho de amendoim chamado Bamba, que é  produto nacional mais amado do país, distribuido em pratinhos descartáveis pela mesa, outros salgadinhos espalhados por ai, marshmellows e só. Quando a criança é mais velha, os pais chamam alguns amiguinhos e alguma atração, palhaço, mágico, etc, mas quando são menores, as festas geralmente ficam só pra família mesmo - pais, avós e tios. Festa de 1 ano então nem pensar, nunca ouvi falar de nenhuma, fui convidada pra pouquíssimas (só de amigos brasileiros e olhe lá). Aliás, ontem fiquei triste em me tocar que o Uri NUNCA foi numa festinha de aniversário!


Decoração não existe, no máximo os copinhos, pratinhos e a toalha descartáveis são de algum tema que a criança goste, e as opções são limitadíssimas no mercado - Dora, Bob Esponja, Ben10, Barbie, Diego. 


O que acontece bastante por aqui é festinha em parque. A galera se reúne, delimita uma área do parque com balões, monta a mesa com as coisas que eu falei aqui em cima e pronto. As crianças brincam, os adultos conversam e eles se divertem e comemoram da maneira deles. Eu gosto do conceito do parque, mas como o Uri nasceu no inverno, ainda não tivemos a oportunidade de fazer uma festinha em um deles. Mas se algum dia eu tiver um filho que nasça numa época de temperatura mais amena, eu farei a festinha no parque, mas do meu jeito. 


Além disso, as crianças comemoram seus aniversários nas creches. Os pais marcam a data com a diretora do gan (creche) e a festinha acontece durante a "aula" mesmo. Os pais, irmãos e parentes próximos estão presentes, a criança veste uma coroa de flores e senta numa cadeira decorada, as crianças cantam músicas, comem Bamba e bolo e é mais ou menos isso. As comemorações variam de gan pra gan, tem gan que pede aos pais algumas fotos da criança para decorar um quadro, outro pede aos pais que preparem uma música ou qualquer coisa em homenagem ao aniversariante ou que preparem alguma atividade legal para todos. As crianças levam presentinhos e voltam pra casa com um saquinho de surpresas (balas, pirulitos e outros doces). 


Uma coisinha interessante é que tanto nas festas no gan quanto em casa, o aniversariante é levantado numa cadeira o número de anos que está completando, mais um. Assim, uma criança que está fazendo 3 aninhos, será levantada quatro vezes, e cada vez que levantam a cadeira, as crianças e os adultos gritam: "Uuuuummm.... doooooissss.... trêêêêssss... e mais um pro ano que veeeeem". É a maneira de se desejar saúde para "garantir" o aniversário do próximo ano. 


Achei um video de uma música que sempre cantam nos aniversários aqui. Não é "Parabéns a Você", é uma música de dois versos que diz: "Não existe comemoração (festa) sem bolo (ugá!). Então onde está (eifo) o bolo?". Assista ao vídeo, acompanhe com a "legenda" abaixo e no final dele você ja vai estar falando suas duas primeiras frases em Hebraico:




" Ein ein ein haguigá... bli bli bli bli ugá.(2x)
Eifo eifo eifo eifo eifo (ad eternum) a-ugá?"

Bem no final do clip dá pra ver a mesa da festinha com o Bamba, os marshmellows e outra coisa que deve ser bolacha waffle (sim, também tem! Cade o brigadeiro, meu pai??)


Optamos por não fazer festa de 1 ano do Uri no gan onde ele estava na época do aniversário. Nós já estávamos insatisfeitos com o gan e achamos que os bebês da classe dele não iam entender (e nem ele), então deixamos pro ano que vem. Nesse gan novo, a diretora me disse que ao invés de doces e salgadinhos, ela pede pros pais levarem um café da manhã pras crianças, café da manhã israelense - salada, pães, omelete. Adorei a idéia e quero pensar em coisas bem legais pros amiguinhos do Uri! Como a partir de setembro ele sairá do berçário e estará entre os grandes (os outros são grandes, o Uri não, ele ainda é meu bebezinho, hehehe), vai começar a frequentar as festinhas dos outros no gan. 


O Uri só teve uma festinha de aniversário até agora (fora o chá de bebê) e eu fiz questão de organizar cada detalhe, à minha maneira, nem muito brasileira megalomaníaca, nem muito israelense prática e desleixada


Eu não gosto de temas de personagens desses de TV e coisas compradas prontas (aliás, tirando o Alípio do Cocoricó, eu não gosto de personagem nenhum pra nada).  Enquanto eu puder decidir, meu(s) filho(s) não terão festa comprada pronta. Desde sempre eu imaginei que safari seria um bom tema para o aniversário de um aninho de um menino, e safari foi o tema que eu usei pra festa do Uri. 

A festa do Uri tomou vários meses pra ser organizada e executada e foi totalmente feita por mim e pelo meu marido. Eu fiz toda a decoração e juntos nós fizemos toda a comida e os doces. Como eu sou organizada e maníaca por listas e tabelas, conseguimos fazer tudo o que dava com muita antecedência, inclusive os brigadeiros e os outros docinhos que foram feitos, enrolados e engranulados um mês antes da festa e na hora ninguém acreditava que eles não tinham sido feitos no dia anterior. 

Queríamos ter feito uma festa num bosque aqui perto (misturar os bichinhos do Safari na "floresta" teria ficado lindo), mas o fim de semana foi de chuva e acabamos executando o nosso plano B - fazer a festa em casa. Arrastamos os móveis, convidamos menos gente e tudo deu certo. 

A festa foi uma delícia e pudemos comemorar o primeiro ano do nosso filhote e nosso primeiro ano como pais com os amigos mais próximos e que fizeram parte da vida dele nesse ano. Eu já estou começando a pegar idéias para a  festinha de 2 anos, em fevereiro. Como eu sou detalhista e não tenho ajuda (nem muito tempo), é muito mais fácil  se eu começar a organizar tudo antes para não enlouquecer. 

Aqui vão algumas fotos da festinha: 

mobile de fotos desses 12 meses








lembrancinha das crianças


lembrancinha dos adultos - pesinho de manjericão no pote de papinha


aniversariante se esbaldando nas bexigas com estampa de bichinhos


A placa era pra ter ficado no meio da "selva












sexta-feira, 22 de junho de 2012

Um conto iraniano

No começo de junho nós fizemos nossa primeira grande viagem em família. No alto dos seus 15 meses, o Uri já tem passaporte, já andou de avião e já foi comer paella e visitar as priminhas na Espanha. 


Um dos meus maiores medos em viajar com uma criança tão pequena (mas que já não é um bebê que dorme o tempo todo e é facilmente distraído) era a viagem de avião, porque se ele resolvesse que não estava a fim de cooperar, não teríamos pra onde fugir sem os nossos paraquedas. Mas ele foi um príncipe em todos os vôos, colaborou, curtiu, brincou e principalmente dormiu muito.


Toda a nossa preparação e as nossas escolhas certas de horários de vôo ajudaram muito, é verdade. Uma das nossas idéias era deixar pra lá essa história de preferencial por termos um bebê de colo e entrarmos por último no vôo, assim teríamos menos tempo para entreter o pequeno entre as poltronas do avião, e mais tempo para cansar um recém bípede. 


E se na ida a gente chegou ao aeroporto aqui em Israel com 3 horas de antecedência, para fazer tudo com calma, passear no free shop, tomar um lanche e começar a curtir as férias, na volta, na tentativa de esticar a alegria por mais alguns minutos, fizemos check-in e passamos por todos os controles no último minuto, já na hora do embarque que, para nossa sorte, atrasou por uns 20 minutos. 


Tivemos um acidente com o danoninho q levávamos pro Uri e enquanto eu lavava a bolsinha termica e tudo mais que estava endanonizado, o Ariel foi cansar o pequeno. 


Depois de um tempo, meu filho, que tem a simpatia e a cara de pau do pai dele, foi avistado empurrando um carrinho de bebê pela área de embarque, ali, junto ao portão. Não era o carrinho dele, obviamente, era o da Miriam. Quando eu me aproximei, depois de limpar toda a sujeira, descobri que a Miriam era a nova amiguinha dele. 


A Miriam era uma bebê iraniana de pouco mais de um ano de idade. Pelo que o Ariel entendeu (porque homem não sabe pegar informações pra contar pra mulher depois), o pai dela havia morado em Mallorca e falava espanhol perfeitamente. Eles tinham saído do Irã e vindo para a Espanha para marcar a cirurgia cardíaca da Miriam (e claro que o Ariel não perguntou o que ela tinha). O pai viajava sozinho com a filha e mostrava ter um carinho enorme e muita paciência com ela. 


A palavra "cirurgia", acompanhada da outra "coração" tocaram a mãe aqui. Como assim um bebê tão pequenininho já tem um problema?  Como assim ela vai ter q passar por uma cirurgia?


Eles entraram no vôo antes da gente (o pai da Miriam, apesar de carinhoso, não foi astuto pra deixá-la cansar um pouco mais lá fora) e se sentaram no banco ao lado, mas numa fileira mais atrás. 


O Uri entrou no avião, tomou uma mamadeira e dormiu, acabando com todos os planos dos dois pais de colocarem os dois para brincar. O pai da Miriam pediu ajuda ao Ariel pra arrumar uma caminha pra ela com cobertores do avião. E a Miriam chorou. A Miriam resolveu que chorar era o q ela ia fazer naquele avião. O pai achou que era sono e que tinha que fazer a filha dormir. 


Eu não sei como a mãe da Miriam a fazia dormir, não sei se o pai sabia tão pouco, mas sei que a Miriam não estava achando legal ser sacudida pelo pai e chorava mais e mais. O Ariel olhava pro seu novo amigo, oferecendo ajuda, mas eu aconselhei a parar porque o cara poderia se ofender, achar que pensávamos que ele não sabia cuidar da filha. Falei pro Ariel que criança é assim mesmo, que poderia ser o Uri e que ainda bem que não era, ent'ao eu ia aproveitar e dormir. Até cochilei, mas acordei com o choro da Miriam.


Imaginei que o avião inteiro estava incomodado com os gritos, mas pensei muito mais no pai. Cansado, preocupado com a cirurgia da filha, frustrado por não conseguir acalmá-la, pensando por que diabos não mandou a mulher com a menina e ficou com o resto da família, e com vergonha dos outros passageiros, vergonha dos ssshhh e dos olhares. E eu pensava na Miriam, que talvez quisesse a mãe dela, que não estivesse muito acostumada com o jeito do pai, ou simplesmente não estava sendo compreendida que não queria dormir coisa nenhuma. 


Me segurei por mais um tempo, até que não me aguentei, pedi passagem pro Ariel e sai do assento. O cara sorriu envergonhado e eu perguntei se ele se incomodaria se eu levasse a Miriam para passear um pouco, pra ele descansar. 


Peguei a nenê, que estendeu os bracinhos pra mim e sorriu imediatamente. O pai respirou aliviado, junto com todo os passageiros, que finalmente não escutavam mais o choro daquela criança. E eu andei com ela por todo o corredor do avião, fui e voltei, e recebi olhares de apoio, de "ai que bom que você fez isso". 


Passeei com ela, voltei para a nossa poltrona e fiquei ali com ela no colo, brincando. O pai perguntando a todo momento se ela estava incomodando, e dizendo que se eu me cansasse, era só devolver. Mas ele falava isso e quando eu respondia que estava tudo bem, sorria, virava e dormia. 


E eu brinquei de mãe de menina. De menina iraniana, que na teoria, deveria vir do povo do "inimigo", da ameaça. Ela era linda, tinha os olhos pretos, enormes e brilhantes, o cabelo cacheado e estava muito bem vestida, tudo combinando, da roupinha ao prendedor de chupeta (certeza que a mãe deixou tudo separadinho pro pai).


Ela me olhava, me fazia carinho no rosto, brincava com a minha corrente, até tentava baixar a minha blusa, o que me fez pensar que talvez a mãe ainda a amamentasse, ou que tivesse parado há pouco. Ela brincou com os brinquedos do Uri (que dormia ainda) e leu os livrinhos dele. Em Hebraico, a menininha persa. 


imagem do Google
Eu olhava para aquela nenê e só conseguia desejar o bem para ela, que desse tudo certo na cirurgia e que ela crescesse saudável e feliz num país decente, com um governante que não desejasse acabar com o mundo, ou com o meu povo. Desejei, do fundo do meu coração, que um dia ela e o Uri pudessem ser amigos, que pudessem passar férias nas casas um do outro e que o fato de eu estar brincando e acalmando uma menina iraniana não me parecesse interessante, estranho ou engraçado nunca mais. 





O avião pousou em Instambul, nossa escala e como esse vôo tinha atrasado, teríamos que correr para não perder o próximo para Tel Aviv. Esperamos trazer o carrinho, colocamos o Uri nele e saímos com pressa. Só tivemos tempo de nos despedir da Miriam e do seu pai, mas não pudemos trocar email, nome no facebook, nem nada.


E eu, que queria ao menos saber sobre a saúde dela, terei que ficar somente com a imagem e as lembranças da pequena iraniana que me mostrou que tem horas que só a mãe salva, mesmo que ela não seja a mãe da gente. E mesmo que a mãe seja israelense e judia. 




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Gente, estou participando do concurso "O melhor post do mundo", da Limetree, com um texto que publiquei aqui no blog, Ode to Uri, mas que na verdade foi escrito no Grãozinho de Bico (meu outro blog) uns poucos dias antes dele nascer. 


Esse concurso irá escolher, dentre os 10 finalistas, o melhor post, que ganhará uma viagem a NY!! Para estar entre os 10 finalistas, preciso de muitos votos. Tenho estado em verdadeira campanha para conseguir votos entre a minha família, meus amigos e os amigos deles, tenho tipo muito apoio e muita ajuda, mas infelizmente tem muita gente que se acha mais esperta do que todo mundo e acha que o caminho mais fácil e desonesto pode levar mais longe, Espero que a coordenação do concurso faça alguma coisa, mas enquanto isso não acontece, conto com os votos de vocês!! Cada voto é muito importante e me ajuda muito!


Pra votar é super simples:

É só clicar no link abaixo, curtir a página do Limetree e depois clicar em "vote" no texto (clicar so em "curtir" nao conta como voto - vc vai ver se deu certo se o numero de votos mudar). È rapidinho mesmo, meninas!!
Beijos e muito obrigada pela atenção e ajuda de vocês!


http://bit.ly/L1kFPX






sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ode to Uri



Meu filho,


Amanhã é a data prevista do seu parto. Amanhã é aquele dia que calculamos, 9 meses atrás, como sendo o dia em que você viria ao mundo, talvez um pouco antes, talvez um pouco depois, mas nosso ponto sempre foi o dia 14 de Fevereiro, Valentine's Day, o dia universal do amor.

Como sonhamos com essa data, meu amor!! Quanto tempo faltava pra ela chegar e eu e o teu pai já te amávamos tanto... Já planejávamos a tua chegada, a tua vida, a tua personalidade, a tua rotina, a tua aparência, as coisas que faremos com você. Planejamos e sonhamos esses 9 meses inteiros, sempre sabendo que na verdade, tudo vai ser muito diferente de qualquer coisa q tenha passado por nossas cabeças.

Um dia você terá a verdadeira noção desse amor infinito e inexplicável que nós sentimos por você. Afinal, é fruto do nosso amor. É a fusão do Ariel e da Luciana, e o "resultado" de tudo de melhor que há em nós. Mas você, acima de tudo, é VOCÊ, o nosso Uri, a nossa luz, nosso filho brilhante, cheio de luz, iluminado. Vai nos ensinar que não importa o que eu e o papai imaginarmos, você virá ao mundo para escrever a sua própria história, pra ser quem desejar ser.

Nós prometemos te amar e te proteger muito, a vida toda. Mas também prometemos te mostrar e te ensinar que nem tudo nessa vida é fácil e que muitas vezes, nossas maiores conquistas vêm dos nossos maiores esforços. Nos esforçaremos para criar um homem forte, responsável por seus atos e por suas palavras, fiel a seus valores e aos seus queridos.

Mas, acima de tudo, meu filho, queremos que você seja feliz. Muito feliz, cada vez mais.

Queremos que saiba q a felicidade está em valorizar o q temos e não em sonhar com o inatingível e o impossível, que pode te trazer a frustração e o desânimo. Construa o teu caminho, pedra após pedra, e saiba que nós estaremos do teu lado, segurando a tua mão e te pegando no colo, se necessário for. Entenda que muitas vezes, nosso apoio não te será óbvio e te trará revolta, mas tenha sempre em mente que nós teremos como principio somente a tua integridade, a tua felicidade e a tua segurança.

A vida não é simples, meu amor. Mas como é bom viver! Como é abençoado sentir e escrever cada etapa da nossa história, com suas partes boas e difíceis. E se você encontrar, como a mamãe encontrou, companheiros de jornada e de alma, vai ver que tudo se tornará mais fácil, mais bonito, mais feliz. Procure se aproximar de pessoas boas e eles te guiarão como anjos, a quem você chamará de amigos.

Que você tenha a inocência e o bom coração do teu pai, Uri. E que você herde a minha tenacidade e a minha força em colocar amor e intensidade em todos os meus passos.

Que você ame os animais e veja neles um amor puro e sem preços. Que você queira aprender muito, e sempre, sobre tudo, e que a curiosidade te leve por mundos e experiências fascinantes. Que encontre os mais diferentes tipos de pessoas na vida, e que elas te ensinem q ninguém é melhor do q ninguém, ninguém é mais do que ninguém.

Ame, meu filho, ame muito. Sonhe muito e nunca deixe ninguém rir dos teus sonhos. os sonhos são o ponto de partida das conquistas, acredite em mim. Chore e sofra quando necessário, mas saiba q nós viemos ao mundo para sermos felizes, e busque sempre a tua felicidade.

Há 9 meses você cresce dentro de mim, se desenvolve, se forma. E aqui fora, há 9 meses duas pessoas estão crescendo e se formando pais. Nós três estamos prontos.


Quando você quiser, é só me dar um toquinho, que eu vou lá no hospital te buscar!!

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* Ai está... o nome do Grão de Bico é Uri (que soa como Yuri, mas sem o Y). Uri é um nome hebraico que significa "minha luz", "iluminado", "brilhante". É um nome curto e forte, como eu queria, mas também suave e doce. O som de Uri se parece com Ari e tem um significado bem parecido com Luz(iana). Eu já gostava desse nome há anos, e ele estava planejado pro segundo filho, o que viesse depois de Noam. Mas, por algum motivo, o Uri virá primeiro.

Um dos motivos pelos quais eu gosto tanto desse nome é a música abaixo, da Noa, minha cantora favorita. Abaixo vai a letra e a tradução, em Inglês. (Ok, há 2 coisas na música que não combinam com o nosso Uri - o fato do menininho da música ser moreno e ter cachinhos, coisa q eu não consigo imaginar num filho meu - mas teremos a prova logo, e o fato de o Uri da música ter sido sonhado e esperado por alguém q aparentemente não podia ter filhos, o que, graças a D-us, não é o meu caso.)


Transliteração:


Ben lu hayah li
Yeled katan
Shchor taltalim venavon
Le'echoz beyado velifsoa le-at
Bishvilei hagan
Yeled katan
Uri ekra lo
Uri sheli
Rach vetsalul hashem hakatsar
Resis neharah
Leyaldi hashcharchar
Uri ekra lo
Uri ekra
Od etmarmer kerachel
Od etpalel kechanah beShiloh
(Od) Achake
Lo

Tradução:
I wish I had a son
A little boy
Bright, with black curly hair.
I would take his hand in mine
And stroll slowly, slowly
Through the garden...
Little boy.

Uri, I’d call him
My Uri!
How gentle and clear this tiny name
A glimmer of joy
For my little boy,
Uri, I’d call him
Uri, I’d call.

But I am still bitter as Rachel
I am still praying as Hannah in Shiloh,
I am still waiting for him.
I will
Wait.