terça-feira, 31 de julho de 2012

A Terra do Leite e do Mel ... de tâmaras!

Hoje logo cedo eu falei pro meu marido: "O dia em que formos embora de Israel, eu levo uma caixa de silan comigo". Silan é como chamamos por aqui o mel de tâmaras, uma das coisas mais gostosas que você só encontra (ou encontra mais facilmente) nos supermercados dessa região do mundo. 


O silan parece um melado mas menos espesso e menos enjoativo. É marrom escuro e é feito somente de tâmaras e água. Eu aprendi com uma nutricionista daqui que ele é o adoçante natural que menos mal causa pro organismo , muito menos do que todos os tipos de açúcar e o mel. Claro, é mais engordativo do que adoçantes artificiais, mas não tem aquele gostinho amargo que os químicos têm. É cheio de nutrientes, como potássio, ferro e magnésio. 


Aqui em casa a gente usa silan pra um monte de coisas: No iogurte, na granola, no sucrilhos, nas frutas mais azedas, no molho pra salada, no tempero daquela asinha de frango salgada e doce. Já comemos com queijo também e já usamos em algumas receitas. Dá pra colocar no sorvete, na panqueca, na receita de bolos e biscoitos. Enfim, é uma delícia, um dos meus queridinhos em Israel. 


Minha mãe foi apresentada a essa maravilha quando chegou em Israel e hoje me faz mandar um pote toda vez que alguém vai pro Brasil. Levei de presente pras minhas primas na Espanha e elas adoraram também. 


Não é muito baratinho não, um pote de tamanho médio pode custar uns 15 reais, mas é mais barato do que um pote com a mesma quantidade de mel. 



Enfim, é uma dica para quem encontrar dates syrup nos supermercados por ai (acho que em supermercados de produtos orgânicos seja mais fácil de encontrar). Quem não encontrar, pode fazer em casa, achei a receita aqui (nessa foto parece mais líquido do que o que eu compro). Quem quiser comprar online, ou quiser mais idéias de receitas, tem aqui








Obs: Isso não é um post publicitário. É somente o meu registro de uma das minhas israelidades favoritas!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Blogagem Coletiva - Mães Internacionais - Mãe de Dois (ou mais)

Eu sempre sonhei em ter muitos filhos, cinco para ser precisa. Ai cresci, vi que não era tão fácil como eu imaginava e planejei ter três. Mas resolvi me casar com um homem mais novo, tive meu primeiro filho mais velha do que a maioria (com 34 anos) e acho que vamos parar no segundo, que deve começar a ser planejado no ano que vem. Hoje em dia eu sei que ter filho (bem criado) dá trabalho e muitos gastos, principalmente nos primeiros anos, mesmo com toda a alegria que uma criança traz à uma casa. É triste ter que decidir o tamanho da família baseado nas condições financeiras, mas infelizmente, essa é a realidade. Outra razão que me faz desistir do terceiro é que não temos ajuda de ninguém por aqui, nem da família nem de ninguém com os cuidados da casa, então não sei se conseguiríamos. Mas não sou amarga nem ressentida por isso não. Imagino a casa com 2 crianças correndo e brincando (e brigando), um casal ou dois meninos, e acho que deve ser muito legal!


Aqui em Israel o número de crianças numa família diminui muito nos últimos anos. Hoje em dia é bem comum um casal ter dois filhos, no máximo três. O que eu vejo acontecer é terem dois filhos meio que na sequência (um ano e pouco ou dois de diferença) e ai dar um tempo e ter o terceiro depois de vários anos, geralmente quando o menor já está com cinco anos e já faz parte do sistema público de educação.


Isso faz sentido. Até os três anos, as creches em Israel são particulares, na sua maioria. (há outros tipos de cuidados pra crianças, falerei deles num post em breve). Eu pago quase 500 euros por mês de creche (das 7 às 4 da tarde) pro meu filho. Ele fará três anos em fevereiro de 2014, mas só poderá começar na creche pública no início do próximo ano letivo, em setembro, com 3 anos e meio. Ou seja, ainda tenho dois anos e 12000 euros pra pagar até ele ir pra creche pública. Se eu tivesse outro filho agora, o valor seria dobrado. E outra, a creche é pública até 1 e pouco da tarde, depois disso, se os pais trabalham e não podem ficar com a criança, eles têm que pagar por um serviço extra, que cuida das crianças até às 4 ou 5. Ou seja, é público e não é. Ai, se nessa época chegar um terceiro bebê, dá pra gastar uma boa grana em educação por ano. Fora isso tem as roupas, a fralda, o leite em pó (claro, se o bebê não é amamentado), os brinquedos, os remédios (q D-us não permita), o carro maior, a casa maior, os gastos com diversão. Eu acredito que o preço da creche é o que pesa mesmo no orçamento familiar, mas não podemos esquecer das outras coisas.


Acontece que, no judaísmo, a família é ponto central na vida de uma pessoa e durante muitas gerações as famílias tinham muitos filhos, que se reuniam (e se reúnem ainda) na casa dos pais toda 6a feira à noite pro jantar de Shabbat. Eu imagino que a famosa pressão "E ai, o nenê é pra quando?" é maior aqui do que no Brasil. Poucos são os casais que esperam muitos anos para ter filhos e menos ainda são os que decidem não ter filhos, ou ter um só. Estou tentando me lembrar aqui e acho que não conheço um filho único por ai, da minha geração ou da geração atual.


A rapidez em ter filhos também tem sua razão de ser. Israelenses terminam o colégio e vão pro exército, 2 anos pras meninas, 3 anos pros rapazes, em média. Saem do exército com uns 21 anos, trabalham por vários meses, juntam dinheiro, vão viajar pelo mundo e só voltam meses ou até um ano depois. Aí vão estudar e só depois começam a sua vida "adulta". Claro que isso varia de pessoa pra pessoa, mas na média, a história é essa. Nessa, a pessoa já está com 20 e muitos anos e não começou a sua carreira ainda. Conhecem alguém legal no meio do caminho e vão morar juntos. Quando resolvem se casar, por volta dos 30 anos, já moraram juntos por um tempo, já são mais velhos, não precisam esperar mais pra planejar um bebê, diferente dos casais brasileiros que namoram, cada um na casa dos seus pais, aí casam e começam a se cuirtir, deixando os planos pro bebê mais pra frente.


Outra coisa interessante é que já que as pessoas casam mais tarde e resolvem ter filhos mais rápido, quem não consegue em um ano (em média, claro), já pode partir pra tratamentos de fertilidade que são custeados pelo governo. Se eu não me engano, o governo paga o tratamento hormonal, as inseminações e uma FIV. Mais do que isso, eu acho que a pessoa paga uma parte. (Não tenho dados precisos sobre isso, se alguém que esteja por aqui souber, por favor, deixe um comentário!). 


Tirando o preço das creches particulares, ter um filho em Israel é mais barato do que no Brasil. A saúde (incluindo dentistas) é publica até os 18 anos, e há um acompanhamento de crescimento e vacinas super eficaz e gratuito também. Na maioria das cidades há muitas opções de lazer para as famílias, parques, atrações e etc. O índice de violência urbana é quase nulo, não há sequestros, as crianças maiores podem ir brincar sozinhas na pracinha sem problema algum, os pais não vivem com medo de sair às ruas com os pequenos. Criança aqui é criança, a publicidade pra elas é infinitamente menor do que no Brasil, a erotização precoce não existe, as crianças, meninos ou meninas, estão preocupadas em brincar, brincar e brincar (e comer Bamba!). 


Curiosamente, os pais aqui têm mais trabalho. Ok, não levamos a vida louca que uma família brasileira leva, trânsito, violência e etc, mas também geralmente não temos muita ajuda com as crianças e com os filhos. Há casais abençoados que têm os avós por perto, que sempre ajudam e há muitos como nós, que se viram nos 30 e dão conta de tudo. Da casa, do trabalho, das compras, da comida, da roupa, das crianças. Quase não há babás fora do horário de trabalho dos pais (salvo as babysitters que ganham por hora e que garantem a saúde mental do papai e da mamãe) e o máximo dos luxos e ter faxineira uma vez por semana. Os pais (maridos) geralmente são parte integrante da família e fazem a sua parte na criação e nos cuidados com os filhos, fazem compras, limpam a casa e tudo mais que uma mulher faz também. 


As famílias fazem muitos passeios juntos, as crianças vão pros restaurantes, vão pro shopping, vão pra todo canto com os pais, já que não temos com quem deixá-los, e no nosso caso, nem queremos. Nós gostamos muito de ter a companhia do Uri com a gente, gostamos de mostrar o mundo pra ele, mesmo ele sendo tão pequeno. Fora que, com a vida corrida durante a semana, quando finalmente temos um tempo em família, queremos aproveitar os três. 


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almoçando com a Oprah.. rsrs.. imagem do Google
Isso tudo que eu falei acima se referia à população judaica não religiosa de Israel, os hilonim. Em se tratando de árabes e judeus religiosos, o número de crianças se multiplica. Não sei a razão disso na cultura árabe, mas pros judeus religiosos, quanto mais filho, melhor. Além disso, eles recebem uma ajuda do governo que os laicos não recebem, não pagam impostos, têm creches públicas sempre e mais um monte de benefícios (assim até eu). As mulheres geralmente não trabalham fora e passam a vida entre carregar a barriga, parir, criar os que já pariu e cuidar da casa. Eu tive o Uri num hospital super religioso aqui da cidade (o único) e lá eu vi várias mulheres com a minha idade no sexto - isso - sex-to filho! E nesse um ano e meio entre o parto e hoje, elas já devem ter tido pelo menos mais um, ou estão com o próximo embutido já. É, pois é. 


Em Jerusalém e em bairros religiosos pelo país você pode cruzar com várias famílias com 5, 6 ou 7 filhos e muitos deles vestem as crianças iguais, só mudando o número da roupa. 






Quer saber como são as famílias em outros países? Vai lá no site das Mães Internacionais! 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Alimentação Infantil em Israel

Esse post foi escrito há algum tempo, para uma Blogagem Coletiva do Mães Internacionais, no meu blog q é privatizado. Como o tema é relevante para quem busca informações sobre Israel, achei legal dar uma adaptada e postá-lo aqui. 

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falafel
Israel é um país novo e lo-ta-do de imigrantes e de etnias. Isso, obviamente influencia e muito a alimentação no país. As comidas típicas, daquelas q você vai q experimentar logo ao chegar no país são: falafel (espécie de sanduíche de pão sírio, recheado de saladas, molho de tahine e bolinhos fritos de uma massa de grão de bico - muito bom!), schwarma (o famoso churrasquinho grego, pedaços de carne - de frango, peru ou carneiro - são enfiados um a um num grande espeto q é assado numa espécia de forno aberto. Fora isso, aqui se come muito hummus (pasta de grão de bico) também. Essas são influências dos nossos primos árabes. Eu gosto muito de falafel e hummus, schwarma não como, mas falafel e hummus são refeições clichê toda vez q eu recebo visitas.


Fora isso, no dia a dia mesmo, israelense come muitos vegetais. Beringela é paixão nacional (e minha também) e ela é encontrada em vários tipos de salada e em conserva. Israelense come salada no café da manhã e por mais estranho q seja, hoje em dia eu também como e nem percebo. As saladas do café da manhã são geralmente feitas de pepino, pimentão e tomate, tudo cortadinho pequenininho. Na minha eu acrescento duas colheres de cottage e mando pra dentro.  Aliás, cottage é outra paixão nacional, adotada pela nossa família. 

Quase ninguém toma café da manhã em casa. As crianças recebem café da manhã nas creches, os mais velhos (a partir da 1a série escolar) são enganados com biscoitos ou cereais até às 10 da manhã, hora do lanche. O pessoal do lugar onde eu trabalho também geralmente come uns legumes (tipo pepino e pimentão cortados e temperados só com sal e "mergulhados" no cottage), umas 2 fatias de pão e toma café. Café aqui é nescafé, com leite. Ninguém toma café de filtro (café expresso sim) e eles tomam muitos nescafés por dia.


Na hora do almoço, geralmente se come carne. O termo pra carne em Israel engloba carne vermelha e carne de frango ou peru (o q me dá meio raiva porque ficam tentando me iludir q tem carne de almoço e quando eu vou ver, não passa de um franguinho... hehe). Como carne vermelha é muito cara por aqui, comemos muito frango e muito peru, e também bastante peixe. Salmão, por exemplo, é muito mais barato aqui do q no Brasil, eu acho. Tomando por exemplo o q o pessoal do escritório pede de almoço, saladas enormes e variadas levam o primeiro prêmio, seguidas de sanduíches, de massas e de "comida caseira" - carne, purê, arroz, etc. Nada tão diferente do Brasil, somente pelo cominho e pela pimenta preta, temperos q israelense ama e eu abomino.


Mas se tem uma coisa q eu aprendi a amar aqui, essa coisa é schnitzel, o famoso frango à milanesa. Israelense ama schintzel, principalmente israelense pequeno. Tem mães q fazem schnitzel em casa, empanam o franguinho, uma delícia (eu faço assim também). Tem outras (a grande maioria, diga-se de passagem) q enchem a garotada de mamma off, um schnitzel pronto, feito de carne de frango processada ("off" em Hebraico é frango). Mamma off é ruim, não tem gosto de nada, é um nuggets da Sadia sem gosto algum. Agora, um schnitzel bem feito, caseiro, dentro de um pão francês, com maionese e alface... ahhh... isso sim me faz muito feliz. AMO! 



cuscus marroquino
Outra coisa muito famosa por aqui é o cuscus marroquino. Nada a ver com o nosso cuscus paulista, aquele bolo salgado, o cuscus (aqui a sílaba tônica é a primeira) dessas bandas é semolina cozida, servida com uma sopa de legumes (não batida, os legumes em pedaços). Quando eu cheguei por aqui, torcia o nariz pra ele, mas hoje em dia eu até curto e até faço, vez ou outra em casa (tem saquinhos de cuscus instantâneo pra vender, é só botar água, temperar, tampar, esperar 5 minutos, mexer com um garfo e tá pronto e é gostosinho). 

Como uma boa parte da população segue as leis da kashrut, geralmente latícinios e carnes não são comidos numa mesma refeição. Por exemplo, você não vai me ver comendo um macarrão a quatro queijos com peito de frango grelhado. Muita gente então prefere comer a carne na hora do almoço e à noite a refeição é baseada mais nos laticínios - queijos, iogurtes, cereais, omelete, saladas. 



Israelense come menos doce do q brasileiro, e os doces são menos doces, na minha opinião. Não existem sobremesas típicas (como a gente tem o pudim de leite condensado, os flans, os bolos). Apesar de existirem boas confeitarias por aqui, a dona de casa israelense ainda precisa aprender um pouco com a Ofélia ou a Palmirinha.... 


Bamba
E as crianças? Bom, elas comem bem e comem mal. Se por um lado elas comem legumes (diga-se pepino e tomate) de café da manhã na creche, por outro elas se entopem de Mamma off e Bamba. Bamba é outro grande amor desse país: Um salgadinho de amendoim em forma de cheetos, com gosto meio q de amendocrem. É gostosinho sim, eu nunca compro porque posso devorar um pacote, mas a criançada aqui ama, venera Bamba. Dizem q Bamba é a 3a palavra de um bebê, depois de ima (mãe), aba (pai), vem Bamba. Tirando os filhos de uma amiga, o Uri foi uma das únicas crianças por aqui q não comeu Bamba com poucos meses de idade (até hoje ele comeu pouquíssimas vezes e todas dadas por outras pessoas, nunca pela gente). Tem gente q acredita piamente q Bamba seja até saudável por ser uma fonte de muita energia, pode até ser, mas não acho q preciso dar pro meu filho uma coisa tão industrializada num momento em q está descobrindo todos os muitos gostos q as coisas naturais têm. Fora o Bamba, outro hábito alimentar israelense q me irrita é o catchup em tudo. Aliás, tudo é modo de dizer, porque eu sei de muita criança por aqui q só come macarrão (pasta cozida, sem molho e com catchup), schnitzel Mamma Off  (com catchup) e almôndegas (com catchup). Mas isso pra mim é preguiça das mães de cozinharem e insistirem numa alimentação melhor. Não sei como estão as coisas no Brasil hoje em dia, mas eu não lembro de nenhum dos meus amigos brasileiros ter uma alimentação tão pobre, e se tivesse, era caso raro e comentado por todo mundo. 

Quanto à introdução de alimentos aqui,  a regra é dar a papinha salgada primeiro, pra não acostumar o paladar do bebê ao doce. Com o Uri eu alternava frutas e frutas, um dia cada coisa, e no final deu certo. 



Não posso afirmar ao certo se a mulher israelense faz a papinha do seu bebê em casa ou se dá potinhos de Gerber, a comida em potinho mais pop daqui. Tenho amigas q dão potinhos somente, mas tenho uma amiga q não só faz todas as papinhas, quanto faz tudo orgânico, até carne sem antibiótico ela compra pra filha num supermercado "natural". Eu mantenho um equilibrio com o Uri, nem somente produto orgânico, mas também nada de balas, pirulitos e refrigerantes até agora. Até o primeiro aniversário ele não comeu doces nem nada industrializado e hoje em dia ainda come muito pouco doce, só um pedacinho de chocolate ou de bolo muito de vez em quando. 


Em setembro ele sai do berçário e começa na "turma dos grandes" do gan. Eu acho q ai as coisas vão ficar mais complicadas pra gente controlar o q ele come e não come, já q as crianças mais velhas(de 1 ano e meio!!!) costumam comer mais porcarias, chegam com chocolate na mão de manhã, servem pirulitos e balas nas festinhas... Eu pretendo conversar com a dona do gan sobre isso, explicar q ela pode sim proibir essas coisas no gan dela e incentivar o consumo de comidas mais saudáveis, mas vamos ver o q vai acontecer... 



quinta-feira, 19 de julho de 2012

As Grandes Férias

As férias de verão em Israel (assim como em todos os países do hemisfério norte) acontecem nos meses de Julho e Agosto, justamente no nosso alto verão. A tradução do termo "Chofesh hagadol" seria "As grandes férias". 


Nas escolas e nas creches públicas (a partir dos 3 anos), as aulas terminam dia 30 de junho e só vão recomeçar no dia 1o de setembro (parece que esse ano será um pouco mais cedo, dia 27 de agosto, acho). As creches de crianças menores, como a do meu filho, são particulares e por isso funcionam até metade de agosto mais ou menos. Eu ainda tive a grata surpresa de saber que a do meu filho vai trabalhar até dia 20, ou seja, serão só 10 dias de férias.


Eu não sei se são os "novos tempos", se é a cultura (sem empregadas e sem babá), mas eu vejo que as férias podem ser um grande problema para os pais. Eu lembro das minhas férias quando eu era pequena e além de uma viagem ou outra com a família, o negócio era ir pra casa da minha vó, ir pra casa de amigas, trazer amigas em casa ou brincar até a hora de dormir com a minha irmã. A gente assistia televisão sim, mas a gente inventava um monte de brincadeiras e passava o tempo, sem incomodar ninguém. Eu não lembro dos meus pais tentando inventar programas especiais para praticamente todos os dias das férias, coisa que acontece aqui.


Então é assim - a criançada sai de férias no fim de junho. Em julho, as creches e as escolas oferecem (até uma certa idade) um tipo de "curso de férias", muito bem pago pelos pais. Tem vários "tipos" de cursos, desde os mais standard, onde as crianças passam o dia brincando, pintando e às vezes têm alguma atividade extra, um passeio, uma peça de teatro. Tem também os cursos mais personalité, de futebol, de tênis, de circo, que são muito mais caros, obviamente. 


Como eu disse, mesmo a creche e as escolas sendo públicas, os cursos de férias são pagos pelos pais. Quem não pode pagar, não manda o filho e aí tem que se virar com ele em casa. Apela pra avó, pro avô, tira uns dias de folga, marido tira outros e no final fica tudo bem. No meu caso, que não tenho família aqui, não sei como vai ser quando o Uri estiver maior e tiver mais dias de férias da creche. Por enquanto eu não me preocupo com isso, esse ano foram só 8 dias úteis de folga que eu precisei tirar, então estou tranquila.


De qualquer maneira, com curso de férias ou não, entre o final de julho e o começo de agosto todas as crianças estão de férias realmente, não existem mais "esquemas" para entretê-las, além da família. E ai que a cobra fuma: O que fazer com as crianças?


Meu filho tem 1 ano e 5 meses e eu já percebi como é difícil mantê-lo dentro de casa por muito tempo. Ele precisa sair, precisa andar, precisa gastar energia. Eu moro num bairro ótimo pra isso, cheio de praças e parquinhos, q seriam os lugaes ideais pra soltar a ferinha por várias horas por dia, mas nós aqui temos um inimigo cruel nesses meses: O calor. O verão de Israel é muito quente, as temperaturas podem chegar a 40 graus em algumas partes do país e na maior parte, elas ficam por volta dos 32 praticamente o dia inteiro, fora a umidade do ar que é super alta e que nos dá a sensação de muito mais calor. Só começa a dar uma amenizada lá pras 6 da tarde, mas poder sair no final do dia não ajuda muito uma mãe com um filho entendiado. 


Agora que eu tenho filho, tenho me reparado na quantidade de atrações que o país oferece pras crianças e pros pais nessa época! Haja dinheiro!!! Na verdade, muitas atrações são de graça, mas claro, tem outras onde se paga entrada, tem o lanche depois, tem o transporte, o estacionamento, o sorvete... Imaginem isso por semanas e semanas a fio (e a maioria das famílias tem mais de um filho). Só pra listar algumas atividades das quais vi propaganda por ai:


-  Praticamente toda cidade  oferece um "Festival de Verão". Por exemplo, na cidade onde eu moro, tem atividades pra crianças na praia, tem shows na frente do mar, tem passeios guiados pela cidade, tem desfile de moda em mais um monte de coisas. Em todo jornal e no site da prefeitura tem a programação pros meses de julho e agosto. 


- A prefeitura também promove um projeto q se chama "Teatro no Parque". Vários grupos de teatro fazem apresentações pelos parquinhos de diversos bairros. 


- Os shoppings fazem a sua programação também. Tem oficinas de artesanato e de culinária, tem shows,  peças de teatro, tem pula pula e aqueles outros brinquedos montados.


- Um dos shoppings aqui de Netanya está patrocinando uma sessão de filmes ao ar livre.


- Os museus estão cheios de exposições novas.


- Há parques fechados, com atrações geralmente para crianças menores, de até 5 ou 6 anos (mais velhos que isso, na minha opinião, deveriam ser proibidos, já que correm, se jogam e podem machucar os pequenos). 






- Como em todo mundo, há muitos filmes para criança passando no cinema.


- O Groupon e todos os sites concorrentes estão cheios de descontos em parques aquáticos, passeios à cavalo e outras atividades.


Oficina de papel reciclado - 15 reais por pessoa

Labirinto - 11 reais a entrada


Esse eu queria - passeio de balão - 300 reais (ao invés de
600!!)


 - Não há piscinas públicas pelo país, mas temos muitas opções em clubes, parques aquáticos e kibbutzim, com entrada paga. 


Parque Aquático - 18 reais a entrada
Enfim, há muitas atividades, mesmo com o calor infernal. Só precisa ter disposição, dinheiro e vontade de encarar a multidão (sim, porque todas as atrações acima estão lotadas, sempre!).


Meu filho ainda é muito pequeno e não acho que tenha idade para a maioria dessas coisas. Por outro lado, ele se entedia super rápido e precisa de várias atividades curtas pra preencher o seu dia de uma forma legal, que não seja assistir Cocoricó à exaustão (da mãe). Nós aqui compramos uma piscina e um guarda sol gigante pra nossa varanda e já temos aproveitado muito os dias quentes com ele lá fora. Até as férias dele, pretendo comprar algumas coisinhas de artesanato pra brincar com ele (contas grandes para serem colocadas em fios, papéis, giz de cera maiores, etc). Também me indicaram muitos sites com atividades legais para entreter as crianças em casa. Preciso reservar um tempo, encontrar atividades pra idade dele e me preparar. Vou tentar fazer uma compliação das atividades legais e venho aqui contar.






curtindo a piscininha privé

passeando com os pais, quase 7 da noite


Quando o calor é tanto q não dá
pra pensar em sair de casa


A única tentativa de praia desse ano -
não dá, o calor é insuportável!


Brincando de massinha - 4 minutos de entretenimento!